A escrita dos cálculos e as técnicas operatórias

 

Malba Tahan conseguia prender a atenção dos alunos e ensinar a atemática utilizando de histórias narradas, jogos e enigmas. Não gostava que os alunos decorassem as fórmulas, pois para ele a matemática tinha que ser descoberta, e os erros ajudava a descobri-la. Foi o criador de uma nova tendência que possui alguns adeptos em todo o Brasil: a Educação Matemática, pois antes de criar essa tendência a matemática estava ligada apenas à Álgebra, Geometria e Aritmética. Gostava muito de trabalhar com a História da Matemática e deixa isso a mostra em vários de seus livros, aliás, em uma de suas obras, deixa bem claro o pensamento que tinha de que se os professores soubessem contar histórias para seus alunos.

No caso deste problema dos camelos, onde todos envolvidos saem ganhando, Malba Tahan utilizou de sua inteligência para convencer os leitores que o pai havia deixado à herança dividida entre os filhos, de forma que não existisse resto na divisão, ou seja, que a divisão fosse exata, mas o que realmente acontece é que esse resto existe, e acaba passando despercebido. Ou seja, dos 35 camelos que o pai possuía, ele deixou para os filhos apenas 33 e 1/18, sobrando assim quase 2 camelos inteiros. Assim Beremiz pode dar um pouco mais para cada um dos irmãos, e ainda sobrou um camelo inteiro para ele.

Talvez esse seja o conto mais conhecido do livro “O Homem que Calculava”, e talvez seja também o conto mais conhecido de Malba Tahan.

O Homem que Calculava foi uma obra tão importante e significante para a época, que os próprios escritores da época elogiavam Malba Tahan pelo seu magnífico trabalho.

Não podemos negar a impregnação entre a matemática e a língua materna mesmo sabendo que a primeira possui uma simbologia própria.

Durante toda nossa vida escolar a língua materna e a matemática são nossas companheiras, mas nos anos iniciais temos o prazer de sonhar e a curiosidade em conhecer o novo, mas com o passar do tempo, normas, regras, modelos prontos, decorações e repetições tomam o lugar da criatividade, do prazer e da imaginação.

 

A Importância do cálculo Mental

 

O cálculo mental deve estar presente na sala de aula diariamente. A realização de cinco cálculos em cada início de aula, para resolver em 5 minutos é suficiente para, de forma sistemática, levar os alunos a apropriarem-se de estratégias de cálculo.

No ambiente escolar, o cálculo mental ainda não é tão valorizado quanto à conta armada. No entanto, um raciocínio que pode parecer desorganizado, na verdade, pode estar apoiado em propriedades das operações e do sistema de numeração e deve ser incentivado já nas séries iniciais. Crianças que fazem pesquisa de preços guardam dinheiro para comprar uma revista e, principalmente, aquelas que ajudam os pais no comércio "fazem" matemática muito antes de ouvir falar em fórmulas e operações. O problema é que, na escola, se ensina a elas como calcular desconsiderando totalmente o que já sabem. A saída, portanto, é avaliar cuidadosamente o que a turma já sabe e aproveitar esse conhecimento informal como ponte para os exercícios escritos.

Há quem acredite que o importante do cálculo mental é fazer a conta bem depressa, mas é bobagem querer competir com a calculadora. As vantagens são outras. Ao fazer a conta de cabeça, o estudante percebe que há caminhos diversos na resolução de um mesmo problema. É pelo cálculo mental que ele também aprende a realizar estimativas (ler uma conta e imaginar um resultado aproximado) e percebe as propriedades associativas (une dezena com dezena, unidade com unidade e assim por diante) e de decomposição (nota que 10 = 5 +5, entre outras possibilidades).